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Como é o diagnóstico de lúpus?

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
Por: Publicado em 05/05/2022
4 min. de leitura

É preciso uma avaliação clínica criteriosa, além de exames laboratoriais, para fazer um diagnóstico preciso da doença

O lúpus, ou lúpus eritematoso sistêmico, é uma doença autoimune crônica, sem cura, que pode afetar diversos órgãos e tecidos do nosso corpo. Estima-se que mais de 5 milhões de pessoas no mundo são atingidas pela doença, e 90% delas são mulheres entre 20 e 45 anos. No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, 65 mil pessoas têm o diagnóstico de lúpus.

Suas causas ainda não são plenamente estabelecidas, mas acredita-se que a doença pode ter como origem uma série de fatores ambientais (exposição prolongada ao sol, infecções virais e até uso de medicamentos), genéticos e hormonais. Tudo isso pode colaborar no diagnóstico do lúpus.

Tipos de lúpus

O lúpus pode ser classificado em dois tipos:

– Eritematoso cutâneo: quando a doença fica restrita apenas à pele;

– Eritematoso sistêmico: quando afeta um ou mais órgãos internos. Esse tipo de lúpus está presente em cerca de 70% dos pacientes.

Principais sintomas do lúpus

Os sintomas mais comuns apresentados pelo paciente com lúpus são:

– Manchas avermelhadas na pele;

– Dores nas articulações;

– Queda de cabelo;

– Aumento da pressão associado a retenção de líquidos;

– Anemia.

– Febre;

– Perda de peso;

– Fraqueza;

– Dor no tórax, principalmente relacionada à inspiração profunda;

– Convulsões;

– Alterações de humor.

Essas manifestações estão relacionadas às inflamações que a doença causa na pele, nos nervos, nos rins, na pleura (membrana que reveste os pulmões), no pericárdio (membrana que reveste o coração) e no cérebro.

Lúpus: diagnóstico. Como é feito?

O diagnóstico de lúpus deve ser feito por um especialista em reumatologia a partir da identificação de um ou mais dos sintomas descritos.

Não existe um único exame específico para o diagnóstico de lúpus. Por isso, o médico pode solicitar que o paciente faça diversos exames para descartar a presença de outras doenças.

Os exames mais comuns pedidos para avaliar a possibilidade de o paciente ter ou não lúpus são os de sangue, em que a contagem de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas é feita, além da pesquisa do fator anti-núcleo e  de anticorpos específicos, que têm relação com a doença, e os de urina, que podem mostrar proteína, sangue ou inflamação. Ambos auxiliam tanto a identificar o lúpus quanto a determinar sua atividade.

Com os resultados desses exames em mãos, mais as informações relatadas pelo paciente e os resultados dos exames físicos, é possível ao especialista confirmar que se trata de um diagnóstico de lúpus.

Nem sempre o diagnóstico de lúpus é feito de maneira rápida, devido ao fato de a doença apresentar uma série de sintomas, que aparecem e desaparecem (o paciente tem picos de piora e melhora do quadro, período este chamado de remissão). Além disso, muitos dos sintomas podem se assemelhar aos de outras doenças.

Um exemplo ocorre com crianças, adolescentes ou adultos que podem apresentar gânglios e febre, o que pode levar o médico, em um primeiro momento, a pensar que se trata de sintomas típicos de infecções como a rubéola ou mononucleose. E isso vai atrasando o diagnóstico de lúpus.

Tratamento do lúpus

O lúpus é uma doença sem cura, mas que pode ser tratada para evitar as crises que tanto impactam a saúde e a qualidade de vida do paciente. Depois que o médico estabeleceu o diagnóstico de lúpus, ele vai definir o tratamento conforme a manifestação apresentada pelo paciente. O objetivo é controlar os sintomas e  impedir que a doença progrida.

Em geral, são recomendados, além de cremes para aliviar as manifestações da doença na pele, o uso de alguns medicamentos. Os mais indicados são:

– Antimaláricos;

– Corticoides;

– Imunossupressores via oral ou injetáveis.

Há casos, dependendo da gravidade da doença e dos sintomas, em que é necessário contar com um tratamento multidisciplinar que inclua especialistas de diversas áreas.

É possível prevenir o lúpus?

O lúpus não tem como ser evitado, uma vez que se trata de uma doença autoimune. O que é possível fazer é evitar os fatores que podem levar a uma crise, como o sol, infecções, uso de anticoncepcionais que contenham o hormônio estrogênio, cigarro e álcool.

Além disso, depois que o paciente recebeu o diagnóstico de lúpus, ele deve fazer uso das medicações indicadas pelo médico e sempre manter a frequência de acompanhamento.

Quer saber mais sobre a doença lúpus? Agende uma consulta com o Dr. Marcelo Pavan.

Fontes:

Dr. Marcelo Pavan

PebMed

Sociedade Brasileira de Reumatologia

Manual MSD

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