Artrose

Doença pode atingir várias articulações e tem incidência maior em pessoas mais velhas, mas o tratamento adequado permite uma vida normal

A artrose, também conhecida como osteoartrose e osteoartrite, é a degeneração das cartilagens articulares que também pode provocar alterações das estruturas ósseas. As articulações mais afetadas são as das mãos, joelhos, ombros, coluna e quadris, uma condição que acomete mais de 15 milhões de pessoas no Brasil.

Esse dado faz da artrose a mais comum das doenças reumáticas e isso é justificado porque o desgaste das cartilagens é uma consequência do processo natural de envelhecimento. Por esse motivo, ela é mais frequente em pessoas acima de 50 anos e nem sempre apresenta sintomas.

Apesar disso, alguns fatores podem acelerar o surgimento da artrose, entre eles o excesso de atividades que demandam movimentos repetitivos, traumas e a obesidade.

Tipos de artrose

A artrose pode ser dividida em dois tipos: primária e secundária. A primária não tem uma causa bem estabelecida e pode ser resultado do envelhecimento natural ou do uso excessivo das articulações, assim como o fator genético, já que é comum pessoas da mesma família apresentarem a doença.

Já a artrose secundária é consequência de uma condição ou outra doença, como:

• Traumas repetidos;
• Lesões de ligamentos ou fraturas;
• Neuropatia diabética;
• Artrite reumatoide;
• Espondilite anquilosante;
• Artrite psoriásica;
• Gota;
• Cirurgias ortopédicas prévias.

Quais são as articulações mais acometidas pela artrose?

A artrose pode afetar várias articulações, no entanto as mais comuns são:

Artrose de joelho

Como o joelho é uma articulação que suporta bastante peso, o desgaste da cartilagem pode ocorrer com frequência e ser agravado ainda por fatores como má postura e obesidade. Dores e dificuldades para andar, abaixar-se ou subir escadas podem ser indicativos da doença.

Artrose no quadril

Os pacientes podem sentir dores e rigidez articular na região da virilha e coxa, que pode irradiar para as nádegas e joelhos.

Artrose da coluna

O desgaste das cartilagens das vértebras pode surgir em diferentes regiões da coluna, principalmente na cervical, próxima ao pescoço, e nas últimas vértebras da região lombar.

Artrose das mãos

Esse tipo de artrose afeta mais as articulações entre a segunda e terceira falange. Os principais sintomas são proeminências ósseas nas pontas dos dedos (nódulos de Heberden e Bouchard) e rigidez articular.

Artrose do ombro

O ombro é outra articulação bastante exigida, o que pode causar o desgaste da articulação e provocar dor e limitação dos movimentos do braço. A artrose do ombro quase sempre é secundária à lesão dos tendões do manguito rotador, estrutura muscular responsável por estabilizar a articulação.

Sintomas da artrose

Muitas pessoas, principalmente após os 50 anos, podem apresentar artrose e serem assintomáticas. Nos estágios iniciais, os sintomas são leves e até desparecem por um longo período, mas o quadro pode se agravar se não for tratado corretamente.

A dor é o principal sintoma da artrose e possui característica movimento dependente, ou seja, a dor aumenta conforme a articulação é utilizada. Ela pode aumentar de intensidade ao longo dos anos e limitar o movimento das articulações, por isso o tratamento adequado é importante para impedir a evolução da doença e permitir que o paciente leve uma vida normal.

De maneira resumida, os principais sintomas da osteoartrite são:

• Dor crônica na articulação afetada;
• Dificuldade na realização de movimentos;
• Inchaço no local;
• Aumento da sensibilidade na articulação;
• Perda de flexibilidade;
• Movimentos mais limitados no membro afetado.

Muitas pessoas podem confundir a artrose com a artrite reumatoide, mas é importante esclarecer que se trata de duas doenças diferentes. A artrite reumatoide também causa dor e inflamação nas articulações, mas ela tem origem autoimune, além de afetar várias articulações ao mesmo tempo e ter sintomas característicos como rigidez prolongada pela manhã na região afetada e piora ao repouso, com melhora aos movimentos leves.

Já a artrose é uma doença degenerativa que afeta as articulações, muito relacionada com o envelhecimento.

Como é feito o diagnóstico?

O médico ortopedista ou reumatologista avalia os sintomas e o histórico clínico do paciente e da família para iniciar o diagnóstico. Em seguida, é feito o exame físico para avaliar a mobilidade das articulações e se há presença de dor durante a movimentação da região acometida.

O diagnóstico é complementado com exames de imagem (radiografia e ressonância magnética) para verificar o grau de desgaste para iniciar o tratamento mais indicado para artrose.

Opções de tratamento

O tratamento adequado tem o objetivo de  aliviar os sintomas para devolver a qualidade de vida ao paciente para que ele tenha uma rotina 100% normal, sem dor e limitação dos movimentos, e também objetiva evitar sequelas que limitem a funcionalidade da pessoa.

Para essa condição, o uso de medicamentos não é recomendado porque apresenta uma baixa eficácia. A realização de exercícios físicos em sessões de fisioterapia traz vários benefícios à saúde, pois ajuda a fortalecer os músculos do local afetado e melhora o desempenho funcional das articulações ao aumentar a flexibilidade e diminuir a rigidez. O uso de estimuladores elétricos e ultrassom também é útil para controlar a dor.

Nos casos em que a dor e os outros sintomas persistem mesmo após a realização de tratamento clínico e fortalecimento adequado, a cirurgia pode ser indicada. Os procedimentos mais comuns são a substituição parcial ou total da cartilagem por uma prótese.

Como prevenir a artrose

Sabendo que alguns fatores podem acelerar o desgaste das articulações, o melhor a fazer é evitá-los para prevenir o aparecimento da artrose. Algumas medidas indicadas para isso são:

• Controlar o peso corporal para não sobrecarregar as articulações, principalmente a do joelho;
• Ter uma postura corporal correta;
• Evitar atividades que exigem a repetição de movimentos por muito tempo;
• Evitar levantamento de peso excessivo;
• Praticar exercícios físicos com a orientação de um especialista para dar estabilidade às articulações.

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Fonte:

Dr. Marcelo Pavan

Sociedade Brasileira de Reumatologia