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Como diagnosticar a síndrome de Sjögren?

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
Por: Publicado em 16/01/2023
4 min. de leitura

Saiba quais sintomas e exames são usados para diagnosticar a síndrome de Sjögren e a importância do acompanhamento especializado para a melhora da qualidade de vida do paciente

A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença autoimune, de caráter sistêmico, inflamatório e crônico na qual os linfócitos, células que fazem parte do sistema de defesa, invadem órgãos e glândulas, iniciando um quadro inflamatório persistente.

Diagnosticar a síndrome de Sjögren precocemente é fundamental para que os pacientes recebam tratamento adequado, uma vez que a condição compromete enormemente a qualidade de vida.

Geralmente, os pacientes acometidos com a síndrome de Sjögren apresentam inflamação nas glândulas lacrimais e salivares, mas a condição pode afetar outros órgãos e tecidos, como a pele, rins, pulmões, vasos, pâncreas e sistema nervoso.

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O que causa a síndrome de Sjögren?

Também chamada de síndrome de Goujerot-Sjögren, a condição acomete cerca de 2 a cada 1000 pessoas no Brasil, sendo mais comum entre mulheres de 40 a 60 anos.

Existem duas versões, a síndrome de Sjögren primária, na qual ela se manifesta isoladamente e a secundária, na qual está associada a outras doenças autoimunes como artrite reumatoide, alopecia areata e lúpus eritematoso sistêmico.

Apesar de se saber que a condição está relacionada ao comportamento anormal do sistema imunológico, com linfócitos atacando células saudáveis e inviabilizando a função normal de glândulas ou órgãos, não se sabe ao certo o que desencadeia esse mecanismo.

Alguns estudos apontam para predisposição genética influenciada por aspectos ambientais como infecções virais, alterações hormonais e emocionais como prováveis causas da síndrome de Sjögren.

Como saber se tenho síndrome de Sjögren?

Para diagnosticar a síndrome de Sjögren é fundamental dar atenção aos sintomas mais comuns da condição, como:

  • Secura ocular;
  • Secura na boca;
  • Secura ou prurido vaginal;
  • Secura da mucosa nasal que pode ser associada a infecções respiratórias frequentes;
  • Secura na pele que pode ser acompanhada de despigmentações, eritemas, prurido e eczemas;
  • Fadiga;
  • Artralgias (dores articulares);
  • Artrites (inflamação nas articulações);
  • Aumento recorrente das glândulas parótidas, quadro semelhante à caxumba;
  • Gânglios aumentados pelo corpo.

Para diagnosticar a síndrome de Sjögren também podem ser observados sintomas psiquiátricos, uma vez que os pacientes acometidos têm maior tendência a desenvolver ansiedade, depressão e distúrbios de personalidade.

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Como diagnosticar a síndrome de Sjögren?

Dos sintomas com maior ocorrência entre os pacientes acometidos destaca-se a secura ocular e da boca, indicativos importantes para diagnosticar a síndrome de Sjögren precocemente.

Geralmente, a secura ocular é mais frequente e desencadeia desconfortos variados como irritação ocular, sensação de corpo estranho no olho, queimação, fotofobia, visão turva e “choro sem lágrimas”. Esses sintomas motivam a busca pelo oftalmologista.

Com esses sintomas, é importante que o oftalmologista avalie se há diminuição da secreção lacrimal e se ela desencadeou um quadro inflamatório na córnea.

Caso essas alterações sejam confirmadas, é importante que o paciente seja encaminhado para o reumatologista para avaliar e diagnosticar a síndrome de Sjögren.

O paciente, principalmente se já apresentar alguma doença reumática, pode relatar essas ocorrências diretamente para o reumatologista, que vai investigar.

A histórico clínico do paciente, com a descrição dos sintomas, é uma primeira etapa importante que deve ser seguida de diferentes exames:

  • Marcadores autoimunes em exame de sangue;
  • Exames anátomo-patológicos a partir de biópsia das glândulas salivares menores do lábio;
  • Exames de imagem, como radiologia, ultrassom ou cintilografia das glândulas parótidas;
  • Exames oftalmológicos, incluindo teste de Schirmer, de Rosa Bengala e o break-up test, ou BUT, que avalia a duração do filme lacrimal sobre o olho.

Esse conjunto de exames é importante não apenas para diagnosticar a síndrome de Sjögren, mas também definir o grau de comprometimento dos tecidos acometidos pela inflamação.

A partir do histórico e descrição do paciente, o médico responsável poderá definir quais exames são mais adequados para diagnosticar a síndrome de Sjögren e verificar o quadro clínico geral para, então, seguir com o tratamento mais apropriado.

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Qual profissional se deve procurar nestes casos?

A síndrome de Sjögren consiste em uma doença inflamatória reumática, de forma que o reumatologista é o médico especialista mais qualificado para diagnosticar a síndrome de Sjögren e assim estabelecer o tratamento mais adequado. Dessa forma, o profissional consegue fazer o acompanhamento do paciente, que pode levar uma vida perfeitamente normal.

Como trata-se de uma doença crônica, o acompanhamento reumatológico deverá ser periódico, especialmente em caso de outra doença reumática associada.

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Fontes:

Sociedade Brasileira de Reumatologia

Ministério da Saúde

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