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Espondilite anquilosante: como é feito o diagnóstico?

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
Por: Publicado em 05/12/2022
5 min. de leitura

O diagnóstico de espondilite anquilosante requer exames de sangue e imagem que descartem condições com sintomas semelhantes.

A espondilite anquilosante é uma condição sistêmica e autoimune caracterizada por inflamação nas articulações, principalmente das sacroilíacas, da coluna, especialmente a lombar, e, frequentemente quadris e joelhos. Pode causar dores e rigidez na coluna, principalmente durante a manhã. O diagnóstico de espondilite anquilosante é feito a partir principalmente da avaliação clínica e do exame físico, e é apoiado pelos resultados de exames de sangue e especialmente de imagem, uma vez que a comprovação radiográfica é requerida.

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Quais os sintomas da espondilite anquilosante

Os sintomas da espondilite anquilosante dessa enfermidade são bem parecidos com os de outras doenças que afetam a coluna e articulações; e, por essa razão, o diagnóstico de espondilite anquilosante requer exames que possam descartar outras hipóteses.

Para que o diagnóstico de espondilite anquilosante seja realizado adequadamente em caso de suspeita do quadro, alguns sintomas e sinais devem ser previamente observados, como:

  • Dores na coluna que surgem de modo lento e podem durar semanas;
  • Rigidez matinal na coluna, com duração maior do que 30 minutos;
  • Dor na coluna com piora ao acordar;
  • Dor que acorda a pessoa no meio da noite;
  • Dores que melhoram com atividades físicas e pioram com o repouso;
  • Cansaço — especialmente fadiga muito intensa, pior ao final do dia;
  • Dor nos glúteos, muitas vezes alternando os lados

Outros sintomas que indicam a presença do diagnóstico:

  • Quadro prévio de uveíte (inflamação dolorosa do olho, que fica muito vermelho);
  • Diarreia recorrente, principalmente se com catarro ou sangue;
  • Tendinites recorrentes, principalmente se classificadas como entesites (muito comum no tendão de Aquiles);
  • Melhor muito rápida e intensa da dor ao uso de anti-inflamatórios;
  • Dactilite (inflamação de todo um dedo, conhecida também como “dedo em salsicha”)

Como é feito o diagnóstico de espondilite anquilosante?

Após avaliação dos sintomas e exames físicos realizados em consultório, o médico deverá solicitar tanto exames de sangue quanto de imagem, para dar um diagnóstico de espondilite anquilosante mais exato.

Os exames de sangue avaliam a atividade inflamatória no organismo, por meio de alguns indicadores, como velocidade de hemossedimentação (VHS), proteína C reativa (PCR) e marcador genético HLA-B27. Alteração na VHS e na PCR aumenta a chance do diagnóstico de espondilite anquilosante.

Na população brasileira, em cerca de 65 a 75% dos casos há a presença do gene HLA-B27, indicando que a doença tem uma parte de seu surgimento causada por esse traço genético.

Fundamental ao diagnóstico de espondilite anquilosante, a ressonância magnética examina a coluna lombossacra, as articulações sacroilíacas e outras articulações acometidas, a fim de analisar se há inflamação articular e para descartar outras condições com sintomas semelhantes, como estenose de canal vertebral, fraturas e espondiloartrose ou outras degenerações e alterações mecânicas de coluna e quadris. Radiografias de áreas acometidas também são muito importantes, para checar a presença de lesões sequelares.

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Qual a importância do diagnóstico ser feito precocemente?

O diagnóstico de espondilite anquilosante feito de forma precoce é muito importante para a prevenção de sequelas. Em casos em que a doença é diagnosticada tardiamente, há o risco de desenvolvimento de deformidades vertebrais, como escoliose e cifose, e fusão dos ossos da coluna, condição também conhecida como “coluna em bambu.”

Essas sequelas impedem a movimentação do tronco e do pescoço, comprometendo intensamente a qualidade de vida, ao impedir movimentos como olhar para cima, girar ou fletir a coluna, por exemplo.

Complicações da espondilite anquilosante

Pacientes afetados por espondilite anquilosante por um longo período de tempo podem apresentar um maior risco de fraturas vertebrais e danos nos nervos. O mesmo ocorre nos casos em que houve fusão dos ossos da coluna.

Pacientes com espondilite anquilosante também têm risco aumentado de serem acometidos por infarto e AVC, e também de desenvolver osteoporose, problemas intestinais, psoríase e inflamação ocular grave.

Além disso, são comuns quadros emocionais, como ansiedade, estresse e até mesmo depressão. A espondilite anquilosante associa-se a problemas de cunho emocional por dificultar atividades do dia a dia, como higienização, locomoção e até mesmo a capacidade de trabalhar. A consciência de se portar uma doença autoimune, que não tem cura, também pode agravar esse quadro emocional.

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Possíveis causas da espondilite anquilosante

As causas da espondilite anquilosante são desconhecidas. Porém, a influência do marcador genético HLA-B27 indica que ela tem um cunho genético forte. Porém, o seu desenvolvimento é multifatorial, ou seja, pela interação entre fatores genéticos e ambientais, uma vez que muitos pacientes com diagnóstico de espondilite anquilosante não têm esse marcador e também muitas pessoas na população geral têm esse gene e não desenvolvem a doença.

Quais os tipos de tratamentos?

O diagnóstico de espondilite anquilosante é de ímpar relevância, pois seu tratamento é realizado de forma a minimizar os sintomas e agravamento da doença, que pode ocasionar outras graves complicações. Há diversas opções de tratamento para a espondilite anquilosante, com ótima chance de resposta, que impedem a progressão da doença e conseguem deixar o paciente completamente sem sintomas.

Além do tratamento medicamentoso, com uso de anti-inflamatórios e imunossupressores, inclusive os imunobiológicos, o médico reumatologista pode recomendar fisioterapia e exercícios físicos específicos para a melhora dos sintomas e prevenção de deformidades articulares.

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Fonte:

Dr. Marcelo Pavan

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