Exames de dosagem de ácido úrico no sangue e análise dos sintomas compõem o diagnóstico da doença
A artrite gotosa, também conhecida como gota, é uma doença reumatológica causada pelo excesso de ácido úrico na corrente sanguínea, uma condição chamada hiperuricemia. A elevação dos níveis de ácido úrico no sangue provoca a formação de cristais de monourato de sódio ao redor e dentro das articulações, que, em crises, desencadeiam um processo inflamatório intenso que causa dor, inchaço e vermelhidão.
A articulação do dedão do pé é a mais afetada pela doença, mas outros locais também podem sofrer com os depósitos de cristais, como os tornozelos, joelhos, punhos e dedos, o que prejudica seriamente a qualidade de vida do paciente, dado que as crises são altamente debilitantes.
Fatores genéticos podem levar a distúrbios que aumentam a produção de ácido úrico no sangue ou dificuldade do organismo em eliminar essa substância, além de alguns fatores de risco, como consumo em excesso de bebida alcóolica e obesidade. Apesar disso, o fato de a pessoa apresentar altos níveis de ácido úrico não significa que irá desenvolver a doença.
A artrite gotosa pode ser assintomática, mas se não tratada, no longo prazo pode levar à destruição articular. Por essa razão, o diagnóstico de gota é fundamental para evitar complicações mais graves com o tratamento adequado.
Como é feito o diagnóstico de gota?
O diagnóstico de gota envolve uma combinação de exames para verificar os níveis elevados de ácido úrico no sangue com uma análise do histórico do paciente e sintomas da doença, que incluem:
- Inchaço e vermelhidão nas articulações, principalmente na do primeiro dedo do pé;
- Artrite aguda com uma dor súbita que atinge rapidamente níveis muito altos. A primeira crise de gota pode durar entre 3 e 10 dias, podendo surgir uma nova crise, geralmente, meses ou anos depois;
- Formação de tofos (nódulos sob a pele) pelo corpo, principalmente nos dedos, cotovelos, joelhos, pés e orelhas. Esses tofos podem, inclusive, romper-se e infectar-se;
- Cólicas renais pela formação de cálculos nos rins.
Exames do diagnóstico de gota
Um dos principais exames para o diagnóstico de gota é a análise da dosagem de ácido úrico no sangue. Porém, o exame de sangue não deve ser feito pouco tempo após a ocorrência da crise. É necessário esperar cerca de 6 semanas após o término da crise para não correr o risco de o resultado dar falsamente baixo.
Outros exames podem ser úteis para complementar o diagnóstico de gota, entre eles:
- Dosagem de ácido úrico na urina;
- Radiografias e ultrassonografias da articulação afetada para verificar alterações ósseas ou tofos;
- Análise do líquido sinovial para visualizar depósitos de cristais nas articulações.
Existe tratamento para a gota?
Não há cura para a artrite gotosa, mas a condição pode ser plenamente controlada para rápido alívio das crises e regular a hiperuricemia para impedir novos episódios de gota, ou comprometimento mais grave no longo prazo.
Após o diagnóstico de gota, o médico reumatologista pode receitar medicamentos anti-inflamatórios, corticosteroides ou colchicina, que atuam no controle dos sintomas durante uma crise aguda.
O tratamento para prevenir novas crises é feito com medicação contínua para diminuir ou controlar os níveis de ácido úrico no organismo. Os hipouricemiantes diminuem a produção da substância, enquanto os medicamentos uricosúricos estimulam a eliminação do ácido úrico pelos rins.
Além dessas medidas, o paciente deve evitar os fatores de risco para uma crise de gota, como aumentar a ingestão de líquidos para otimizar o fluxo urinário e reduzir o consumo de bebida alcóolica.
Com o tratamento e acompanhamento médico adequados, o paciente que recebe o diagnóstico de gota pode ter qualidade de vida e desempenhar suas atividades de rotina normalmente.
Qual profissional realiza o diagnóstico e o tratamento de gota?
Como a artrite gotosa é uma doença reumática, o médico reumatologista é o mais indicado para realizar o diagnóstico de gota. Dessa forma, ele pode conduzir um tratamento individualizado que considera todas as particularidades do caso, assim como fazer o acompanhamento para ajustar as doses dos medicamentos e prevenir que novas crises de gota aconteçam.
O Dr. Marcelo Pavan é reumatologista membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia, especializado no tratamento e diagnóstico de gota. Em sua clínica, ele oferece atendimento individualizado e humanizado para seus pacientes, ensinando o indivíduo a lidar com sua condição.
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Fontes:
Sociedade Brasileira de Reumatologia
