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Existe tratamento para gota?

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
Por: Publicado em 16/01/2023
5 min. de leitura

As crises de gota são extremamente dolorosas, por essa razão o tratamento adequado é fundamental para aumentar o bem-estar e qualidade de vida dos pacientes

A gota, ou artrite gotosa, é uma doença reumática crônica e sem cura definitiva, na qual o aumento dos níveis de ácido úrico no sangue resulta no depósito progressivo de cristais nas articulações, causando inflamações dolorosas, sendo que o foco do tratamento para gota é a prevenção da destruição articular a longo prazo.

A gota é causada por fatores genéticos que resultam em falhas na eliminação ou aumento na produção do ácido úrico. No início do quadro, a condição acomete poucas articulações a cada crise, que geralmente dura de três a dez dias, sendo mais comuns no dedo maior do pé e joelhos. Com o passar dos anos, se a gota não for bem tratada, há o acometimento progressivo de outras articulações, e ocorrência de sequelas irreversíveis.

Por ser uma condição crônica, a assistência médica especializada é fundamental para definir o tratamento para gota mais adequado a cada caso e proporcionar uma vida normal aos pacientes.

Quais são as opções de tratamentos para gota?

A gota manifesta-se normalmente em crises esporádicas, na maioria das vezes quando há alguma mudança nos níveis de ácido úrico, o que pode ser motivado por pancadas nas articulações, infecções, cirurgias e desidratação. A retirada, especialmente, e a introdução, dos medicamentos do tratamento para gota também podem causar crises, por isso qualquer alteração nos remédios deve ser cuidadosamente avaliada.

O tratamento para gota prescrito pelo especialista vai depender sempre de variáveis individuais, como frequência e intensidade das crises, quadro clínico geral do paciente, hábitos, patologias associadas, comprometimento articular etc.

Anti-inflamatórios

O depósito de cristais de ácido úrico nas articulações inicia um quadro inflamatório doloroso, razão pela qual pode ser feita a opção pelo uso de anti-inflamatórios para tratamento do quadro.

Entretanto, o uso recorrente de anti-inflamatórios, caso as crises sejam frequentes, é contraindicado, pois pode levar a efeitos colaterais graves como problemas digestivos, insuficiência renal ou até infarto em pacientes com predisposição.

Assim, antes de fazer uso desses medicamentos como tratamento para gota é indispensável que o especialista avalie se não há contraindicações e qual a dose mais adequada da medicação.

Corticoides

Os corticoides costumam ser usados no tratamento para gota quando as demais opções medicamentosas são contraindicadas, como devido à sensibilidade do paciente aos ativos, ou risco alto de efeitos colaterais.

O reumatologista responsável pode indicar o uso de corticoides via oral ou optar pela infiltração diretamente na articulação acometida, opção menos utilizada.  Independentemente da via de administração, os corticoides devem ser usados por tempo limitado devido aos efeitos colaterais.

Como fazer a diminuição do ácido úrico?

Os anti-inflamatórios, colchicina e corticoides usados como opções de tratamento para gota têm como objetivo amenizar o quadro de inflamação e evitar lesões nas articulações quando a crise já teve início e, no caso da colchicina, prevenir temporariamente as crises até que o tratamento que diminui o ácido úrico tenha atingido o nível adequado.

Para o tratamento definitivo, aquele que vai prevenir as crises e, principalmente, impedir lesões irreversíveis, é preciso investir em abordagens que permitam a diminuição e controle dos níveis de ácido úrico no organismo. Dois tipos de medicamentos são mais frequentemente utilizados com esse fim:

  • Aqueles que diminuem a produção de ácido úrico pelo fígado: Geralmente, necessitam aumento progressivo da dose para melhor adaptação do organismo, até atingirem o alvo de tratamento;
  • Aqueles que aumentam a capacidade de eliminação do ácido úrico: chamados de uricosúricos, o que significa que contribui à excreção de ácido úrico pelos rins, mas sendo contraindicado para pacientes com problemas renais, como cálculos.

É fundamental que o tratamento para gota seja conduzido corretamente pelo paciente com orientação do médico reumatologista responsável.

É importante notar que a dose dos remédios não é fixa e precisa ser ajustada para atingir-se um alvo de ácido úrico. Geralmente, considera-se o ácido úrico abaixo de 6 como seguro para prevenção de crises e de destruição articular silenciosa.

Caso identifique efeitos colaterais significativos no início do uso de alguma das medicações, interrompa o uso e acione o médico responsável de imediato.

Dieta para a gota

Apesar de não ser uma prática unânime na comunidade médica, alguns profissionais indicam que o paciente com gota adote uma dieta específica que ajude a controlar os níveis de ácido úrico no organismo.

A recomendação é evitar certos alimentos que contribuem para o aumento dos níveis de ácido úrico no organismo, aqueles ricos em purina, um tipo de proteína, e em frutose. Entre eles estão:

  • Pão produzido com farinha de trigo;
  • Peixes e frutos do mar;
  • Carne vermelha e fígado;
  • Bebidas alcoólicas;
  • Refrigerantes;
  • Molhos industrializados, como ketchup, maionese e mostarda.

Apesar de a dieta poder ajudar no controle dos níveis de ácido úrico, ela tem uma participação pequena, sendo que a mudança alimentar não viabiliza interromper o uso da medicação, por exemplo.

Também há pacientes que notam uma relação muito forte entre algum alimento e o desencadeamento de crise, por exemplo, frutos do mar, feijão, churrasco e até alimentos inesperados, como abacaxi. Nesses casos, é importante evitá-los.

Qual profissional se deve procurar?

A gota ou artrite gotosa é uma doença reumática, de forma que o médico reumatologista é o especialista mais qualificado para diagnosticar a condição a partir do relato do paciente e exames clínicos.

Além disso, o reumatologista está mais apto a prescrever um tratamento para gota que considere as particularidades do caso. Entre em contato agora mesmo e agende já sua consulta com o Dr. Marcelo Pavan.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Reumatologia

Dr. Dráuzio Varella

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