Tipo de lúpus apresenta sintomas semelhantes aos do lúpus eritematoso sistêmico, mas de forma geralmente temporária e mais branda
As doenças autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico produz anticorpos que atacam o próprio organismo por engano. Isso acontece porque as células de defesa não conseguem mais diferenciar as estruturas do organismo de potenciais ameaças e acabam combatendo as células e tecidos saudáveis como se fossem agentes invasores.
As causas para esse distúrbio não são bem conhecidas, mas algumas doenças autoimunes podem ser desencadeadas pelo uso de certos medicamentos, um fenômeno conhecido como autoimunidade induzida por drogas (AID).
O lúpus induzido por drogas é um dos exemplos mais conhecidos de doenças associadas à AID, assunto de que iremos tratar ao longo deste artigo.
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O que é o lúpus induzido por drogas?
O lúpus induzido por drogas é um dos quatro tipos da doença, sendo descrito como uma forma autolimitada e mais branda do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Os sintomas são bem parecidos, com um processo inflamatório em algumas partes do corpo, e estão relacionados à exposição a certos medicamentos.
No geral, os sintomas do lúpus induzido por drogas diminuem gradualmente ou desaparecem conforme há a suspensão do medicamento que desencadeou o quadro.
Quais drogas induzem o lúpus?
Os medicamentos comumente associados ao maior risco de desenvolvimento do lúpus induzido por drogas são a procainamida (utilizada no tratamento de arritmias cardíacas) e a hidralazina (medicamento cardiovascular com propriedades anti-hipertensivas). Estudos indicam que a procainamida pode causar lúpus em 20% dos pacientes no primeiro ano de tratamento, enquanto a hidralazina apresenta uma incidência que varia de 5% e 8%.
No entanto, a lista atual dos fármacos que podem desencadear lúpus é composta por mais de 100 medicamentos, que podem incluir:
- Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs);
- Anticonvulsivantes;
- Antibióticos;
- Antipsicóticos;
- Antiarrítmicos;
- Anti-hipertensivos;
- Estatinas.
É importante ressaltar que nem todos que utilizam essas classes de medicamentos vão desenvolver lúpus induzido por drogas, o que sugere que outras causas também contribuem para a condição.
Quais são os sinais e sintomas?
Os sintomas são bem parecidos aos do lúpus eritematoso sistêmico, com exceção do acometimento do sistema nervoso central e renal, mas ocorrem de forma mais branda e tendem a desaparecer após a interrupção do medicamento que induziu o quadro.
Os sintomas mais comuns do lúpus induzido por drogas são:
- Dor nas articulações;
- Dor muscular;
- Fadiga;
- Febre baixa;
- Lesões na pele;
- Sensibilidade à luz do sol.
Existe tratamento para o lúpus induzido por drogas?
Basicamente, o tratamento consiste em interromper o uso da substância causadora do lúpus. Na maioria dos casos, os sintomas cessam após a retirada da medicação, mas algumas situações podem exigir medicamentos para controlar os sintomas, como anti-inflamatórios, corticosteroides e imunossupressores.
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Como é feito o diagnóstico?
Assim como as outras formas de lúpus, o diagnóstico do lúpus induzido por drogas envolve uma combinação de exame físico, análise dos sintomas, levantamento de histórico médico e de uso de medicamentos, além de exames de sangue para detectar anticorpos associados ao lúpus.
Os anticorpos anti-histonas são um importante marcador do lúpus induzido por drogas, encontrados em 95% a 100% dos pacientes portadores desta doença. Apesar disso, esses anticorpos também podem ser detectados em diversas outras condições autoimunes, o que reforça a importância de um profissional experiente para interpretar os resultados dos exames e avaliar todas as nuances do quadro.
Qual médico pode tratar o lúpus induzido por drogas?
O reumatologista é o médico mais qualificado para fazer o diagnóstico diferencial e indicar as formas de tratamento a cada paciente, que devem ser personalizadas de acordo com a manifestação dos sintomas e intensidade do quadro.
Caso queira saber mais sobre o lúpus induzido por drogas, entre em contato com o Dr. Marcelo Pavan, reumatologista com ampla experiência e conhecimento técnico em sua área para tratamento do lúpus e outras doenças autoimunes.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Reumatologia
