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Lúpus neonatal: causas, sinais e diagnóstico

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
Por: Publicado em 30/09/2024
5 min. de leitura

Doença que afeta crianças nem sempre tem relação com gestantes que têm lúpus eritematoso sistêmico

O lúpus neonatal, também chamado de lúpus eritematoso neonatal, é uma doença rara, que acomete cerca de 2% das crianças nascidas da primeira gestação de mulheres portadoras de alguns tipos de autoanticorpos no sangue. No entanto, mães que tiveram um filho com a doença têm maior risco de terem outros filhos também com lúpus neonatal no futuro.

O lúpus neonatal não é o mesmo que o lúpus eritematoso sistêmico (LES), comumente chamado de lúpus. É uma condição distinta, com tratamento próprio e causas específicas.

Continue lendo o texto abaixo para saber mais sobre a doença.

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O que é o lúpus neonatal?

O lúpus neonatal é uma condição rara associada a anticorpos anti-Ro (SSA) ou anti-La (SSB) da mãe que afetam o feto. Trata-se de uma doença autoimune causada pela passagem de anticorpos da mãe para a criança através da placenta, durante a gravidez.

Quais as causas?

No lúpus neonatal, os anticorpos anti-Ro (SSA) ou anti-La (SSB) são transmitidos da mãe para a criança através da placenta. Apesar de se chamar lúpus neonatal, a doença não acomete somente filhos de mães com lúpus. Qualquer mulher que tenha esses anticorpos – que podem estar presentes em várias doenças autoimunes, como doença de Sjögren, esclerose sistêmica e artrite reumatoide – tem risco de ter filhos com lúpus neonatal.

Quais os sintomas do lúpus neonatal?

Ao nascer, o bebê pode apresentar sinais e sintomas, como:

  • Erupções cutâneas: manchas avermelhadas, com formato arredondado, que podem descamar, localizadas principalmente nas pernas, nos braços e ao redor dos olhos, couro cabeludo e tronco;
  • Problemas hepáticos: pode surgir icterícia (amarelamento da pele) e alterações nos níveis sanguíneos das enzimas hepáticas;
  • Problemas sanguíneos: anemia, baixa contagem dos níveis de plaquetas e de glóbulos brancos no sangue.

Esses sintomas do lúpus neonatal geralmente desaparecem completamente após seis meses, sem efeitos duradouros. No entanto, o sintoma mais grave do lúpus neonatal é o bloqueio cardíaco congênito, que causa batimentos cardíacos lentos.

Embora muito raro, os fetos de mulheres com lúpus correm maior risco de desenvolver essa complicação. O bloqueio cardíaco congênito geralmente é detectado quando o feto tem entre 18 e 24 semanas de idade.

Por isso, é necessário realizar o exame de ecocardiograma fetal diversas vezes durante a gestação para se aplicar os tratamentos o mais rápido possível, se o bloqueio se instalar. Caso ele se manifeste, tem alta chance de não desaparecer e os bebês afetados correm alto risco de falecer ainda dentro do útero e podem necessitar de uso de marcapasso.

Como é feito o diagnóstico do lúpus neonatal?

O diagnóstico do lúpus neonatal pode ser feito durante a gestação. Mães que convivem com doenças autoimunes devem ter acompanhamento especial no pré-natal.

Entre os exames recomendados, o ecocardiograma fetal é um dos mais importantes, pois é capaz de detectar alterações do coração do bebê nesse período.

Já no recém-nascido, quando o pediatra suspeita de lúpus neonatal, ele geralmente solicita exames que ajudem a avaliar alterações da pele, do coração, do sangue e do fígado, além de testes laboratoriais de autoanticorpos no sangue da mãe, no sangue do cordão umbilical coletado durante o parto e no sangue da criança após o nascimento e até os seis meses de idade.

Em algumas situações, também pode ser realizada uma biópsia de pele, para descartar outras condições que podem causar lesões cutâneas.

Como é o tratamento?

O lúpus neonatal geralmente é curado quando os autoanticorpos maternos são eliminados da circulação sanguínea da criança, o que ocorre até o nono mês de vida.

O uso de protetor solar e cremes, ou pomadas, com corticosteroides na pele pode ser recomendado em alguns casos.

Se o coração do bebê for afetado durante a gravidez, pode ser indicado o uso de medicamentos com corticosteroides pela mãe, no intuito de tentar evitar a progressão do dano ao coração do feto. Esses medicamentos são indicados pelo obstetra, pelo cardiologista e pelo reumatologista.

Nos casos em que o comprometimento cardíaco já foi identificado, a criança deve ser acompanhada por um cardiologista pediátrico, pois pode ser necessária a implantação de um marcapasso cardíaco permanente nos primeiros meses de vida.

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Qual o prognóstico do lúpus neonatal?

Como dito anteriormente, o lúpus neonatal é uma doença autolimitada, cujos sintomas desaparecem quando os autoanticorpos maternos são eliminados do organismo da criança. Assim, a doença não costuma deixar sequelas e nem aumenta o risco de a criança desenvolver uma doença autoimune no futuro.

Em relação à presença de lesões na pele, estas podem deixar cicatrizes e alterações na cor da pele. Problemas que acometem o sangue ou o fígado não causam danos à criança.

Por fim, no caso de bloqueio cardíaco congênito, o risco de perda da gestação é muito alto. Caso haja o nascimento, a criança precisará de suporte cardíaco a vida toda, provavelmente com marcapasso definitivo.

É possível prevenir o lúpus neonatal?

Não há maneiras de prevenir o lúpus neonatal, por isso o importante é saber se convive com uma doença autoimune, e se tem os anticorpos, anti Ro (SSA) e anti La(SSB), para, dessa forma, programar o pré-natal cuidadosamente.

Para saber mais informações sobre o tema, agende uma consulta com o Dr. Marcelo Pavan.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

Lupus Foundation of America

Medical News Today

Autor: Dr. Marcelo Pavan Paiva

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