Conheça mais sobre essa doença que pode afetar os rins e levar a complicações graves
Cerca de metade dos pacientes que têm lúpus eritematoso sistêmico (LES), também chamado de lúpus, têm nefrite lúpica, doença que se desenvolve na maioria das vezes dentro de cinco anos após o aparecimento dos primeiros sintomas do lúpus. Danos nos rins são um dos problemas de saúde mais comuns causados por LES, e, com o tempo, a nefrite lúpica, se não tratada, pode se agravar e levar à insuficiência renal.
Saiba mais sobre a nefrite lúpica lendo o texto a seguir.
Em caso de dúvidas, marque uma consulta com o reumatologista Dr. Marcelo Pavan
O que é nefrite lúpica?
A nefrite lúpica é uma inflamação que ocorre nos glomérulos renais, pequenos vasos responsáveis por filtrar as toxinas do organismo. É uma doença que ocorre frequentemente em pessoas que têm lúpus, uma doença autoimune, ou seja, quando o sistema imunológico do corpo ataca suas próprias células e órgãos.
O lúpus faz com que o sistema imunológico produza proteínas chamadas autoanticorpos. Essas proteínas atacam tecidos e órgãos do corpo, incluindo os rins — que deixam de exercer sua função de filtrar e eliminar as impurezas do sangue.
Quais são os sintomas da nefrite lúpica?
Os principais sintomas da nefrite lúpica incluem:
- Pressão alta;
- Inchaço em pernas, tornozelos ou pés e, às vezes, mãos e rosto;
- Febre sem causa conhecida;
- Raramente sangue na urina;
- Raramente urina espumosa (devido ao excesso de proteína);
- Altos níveis de creatinina e ureia no sangue.
Quais as causas da nefrite lúpica?
Estima-se que quase metade dos pacientes com lúpus tenha nefrite lúpica. No entanto, existem alguns fatores de risco conhecidos para essa doença, como:
- Ser do sexo masculino: ainda que as mulheres sejam mais propensas a contrair lúpus, a nefrite lúpica é mais predominante em homens;
- Etnia: negros, hispânicos e asiáticos são mais propensos a ter essa condição;
- Ter histórico familiar da doença;
- Ter outra doença autoimune.
Como é feito o diagnóstico da nefrite lúpica?
Existem alguns testes que auxiliam no diagnóstico da nefrite lúpica. São estes:
- Exame de sangue: verifica quão bem os rins estão filtrando as impurezas do sangue;
- Exame de urina: avalia a presença de sangue ou proteína na urina — um alto nível de proteína ou um alto número de glóbulos vermelhos, por exemplo, podem significar danos aos rins;
- Biópsia renal: uma pequena amostra de tecido renal é removida e enviada para análise laboratorial, tornando possível a verificação de uma possível inflamação e de cicatrizes no tecido renal — um indicativo de danos causados aos rins.
Em caso de dúvidas, marque uma consulta com o reumatologista Dr. Marcelo Pavan
Como a nefrite lúpica é tratada
Não há cura para a nefrite lúpica, porém, esta pode ser tratada. O tratamento tem como objetivos:
- Reduzir os sintomas ou levar à remissão (quando os sintomas desaparecem, no entanto, a doença continua a existir);
- Evitar que a doença piore;
- Evitar que os sintomas voltem;
- Manter os rins funcionando bem o suficiente para que o paciente não precise fazer diálise ou necessite de um transplante renal.
O tratamento da nefrite lúpica pode incluir o uso de medicamentos que retardam ou impedem o sistema imunológico de atacar as células saudáveis. O médico também pode prescrever medicamentos, que ajudem a manter a pressão arterial controlada e evitar que proteínas se acumulem na urina, e diuréticos. Esses medicamentos ajudam a tratar o edema (excesso de líquido e inchaço) e a reduzir a pressão arterial.
Além disso, mudanças na dieta podem contribuir para o controle da doença. Limitar a quantidade de proteína e sal pode ajudar os rins a funcionarem melhor.
Nefrite lúpica e gravidez
A nefrite lúpica e o lúpus são doenças que não impedem a gravidez, porém, o ideal é que estas estejam em remissão por, pelo menos, um ano antes de a mulher engravidar.
Para saber mais informações sobre o tema, agende uma consulta com o Dr. Marcelo Pavan.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Nefrologia
