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Sintomas da esclerodermia

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
Por: Publicado em 06/04/2023
4 min. de leitura

Diversos são os sintomas que podem surgir no paciente que tem essa doença autoimune

A esclerodermia – atualmente conhecida como esclerose sistêmica – é uma doença reumatológica autoimune que causa esclerose (um “endurecimento”) progressiva da pele e dos órgãos internos, comprometendo também os pequenos vasos sanguíneos. Além disso, a esclerodermia é caracterizada também por um processo de formação de autoanticorpos, ou seja, de anticorpos que agem contra as estruturas do próprio organismo, gerando danos aos órgãos internos.

Assim como a maioria das doenças autoimunes, a esclerodermia afeta principalmente as mulheres (quatro vezes mais que os homens) e costuma surgir na quarta década de vida. Há, também, um grupo de doenças diferentes, mas com nome semelhante, a esclerodermia localizada, que afeta somente a pele e poupa os órgãos internos. Esse tipo é raro, e acomete mais crianças.

Por ser uma doença pouco conhecida entre a população geral, é muito importante conhecer os sintomas da esclerodermia e buscar atendimento especializado com um reumatologista para realizar o tratamento adequado, que deve ser individualizado.

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Sintomas mais comuns

Os sintomas da esclerodermia se expressam inicialmente na pele e, por serem bem característicos desse quadro, ajudam bastante o reumatologista a elaborar uma hipótese diagnóstica e saber quais os melhores exames confirmatórios a solicitar. Conheça a seguir os mais comuns.

Fenômeno de Raynaud

Esse é um dos principais sintomas da esclerodermia, podendo ocorrer em até 95% dos pacientes. O fenômeno de Raynaud se caracteriza por uma alteração na coloração dos dedos, que ficam ou muito pálidos (quase brancos) ou azulados (roxos), ou as duas cores, uma após a outro ou até ao mesmo tempo, quando o paciente se expõe a temperaturas muito frias e geralmente ficam avermelhados após. Esse sinal é uma alteração vascular causada pelo comprometimento da microcirculação, que se contrai demais e deixa de entregar sangue oxigenado nas extremidades, podendo até causar ulcerações devido ao baixo aporte volêmico.

Rigidez da pele

A palavra “esclerodermia” significa justamente “pele dura”, de forma que o enrijecimento da pele devido à fibrose tecidual é a principal característica da doença. Assim, nesses pacientes, pode-se notar uma pele mais lisa, com aspecto “esticado” e brilhante, além de um espessamento, que quase sempre se inicia nos dedos das mãos e dos pés e na região do rosto, aos lados do nariz. Depois, esse enrijecimento tende a progredir no sentido do tronco. Por vezes há, também, a formação de micro “nodulações” causadas por depósito de cálcio.

Sintomas sistêmicos

Conforme a doença evolui, os sintomas da esclerodermia costumam se expressar em órgãos internos e causar repercussões sistêmicas, como fadiga e falta de ar, alterações do trato gastrointestinal (refluxo, diarreia), insuficiência renal, arritmias cardíacas e hipertensão arterial.

Outros sintomas

Além desses já citados, é importante lembrar que há outros sintomas da esclerodermia que devem ser buscados ativamente pelo médico e pelo paciente para que o diagnóstico e o tratamento da doença sejam mais assertivos, tais como:

  • Dor e rigidez nas articulações;
  • Falta de ar ou tosse seca;
  • Aumento inexplicado de pressão arterial;
  • Diminuição da capacidade de abrir a boca;
  • Refluxo intenso, recorrente, de difícil tratamento;
  • Diarreia crônica;
  • Feridas na pele dos dedos;
  • Manchas vermelhas no corpo;
  • Dedos inchados.

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Tratamento

Com relação ao tratamento para a esclerose sistêmica é muito importante compreender que a doença em si não tem cura, mas existem diversas formas terapêuticas de evitar sua progressão e de reduzir os sintomas da esclerodermia, incluindo medidas comportamentais e medicamentosas.

Para tratar o Fenômeno de Raynaud, por exemplo, o mais importante é manter o tronco bem aquecido, com blusas, segundas-peles, calças. O paciente também deve sempre manter as extremidades aquecidas com luvas e meias e evitar se expor a frio intenso. Evitar machucados na região dos dedos é necessário, em quem tem fenômeno muito intenso, portanto, é preciso cuidado ao cuidar das unhas, mexer com lâminas e materiais de construção, por exemplo. Dessa forma, evita-se também o aparecimento de lesões e ulcerações. Já nos casos em que esse sintoma é muito recorrente, pode-se utilizar medicamentos vasodilatadores para melhorar a microcirculação.

Com relação à progressão do quadro sistêmico e do acometimento dos diversos órgãos, o uso de medicamentos imunossupressores pode trazer benefícios para o paciente, melhorando inclusive a qualidade de vida. Além disso, esse tipo de terapia é importante também para tratar as repercussões da esclerodermia nos pulmões e a fibrose da pele.

Outra opção de tratamento para os sintomas da esclerodermia é o uso de medicamentos “inibidores da bomba de prótons”, que reduzem os efeitos negativos no sistema gastrointestinal alto (esôfago e estômago). Por fim, o paciente com esclerose sistêmica muitas vezes precisa utilizar medicamentos para os rins ou o coração, como anti-hipertensivos ou antiarrítmicos.

Qual profissional procurar?

Como cada paciente tem um quadro clínico diferente e os sintomas da esclerodermia se expressam de formas específicas, na suspeita de uma doença autoimune, deve-se procurar um médico reumatologista.

Entre em contato e agende já sua consulta com o Dr. Marcelo Pavan.

Fonte:

Sociedade Brasileira de Reumatologia

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