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Lúpus

5 min. de leitura

Doença pode se manifestar de diferentes maneiras e afetar todo o organismo

O lúpus é uma doença autoimune crônica que pode provocar inflamação em várias partes do corpo, especialmente nas articulações, pele, rins, células sanguíneas, membranas do coração e pulmões, e cérebro.

A doença é mais comum em mulheres jovens, entre os 15 e os 40 anos, embora possa afetar pessoas de ambos os sexos e em outras faixas etárias.

Saiba mais sobre seus sintomas, diagnóstico e tratamento no texto abaixo.

 

Quais são os tipos de lúpus?

São reconhecidos quatro tipos de lúpus:

  • Lúpus discoide (ou cutâneo): limitado à pele. Manifesta-se em forma de lesões avermelhadas, redondas, geralmente em áreas da pele expostas à luz solar, como rosto, orelhas e couro cabeludo;
  • Lúpus eritematoso sistêmico (LES): esta é a forma clássica e mais frequente da doença e que pode ter a evolução mais grave. O processo inflamatório acontece nos diversos órgãos e sistemas e a intensidade das manifestações pode variar de pessoa para pessoa e ao longo da história natural da doença. Além da pele, articulações, rins, sistema nervoso central, entre outros, podem ser afetados;
  • Lúpus induzido por drogas e medicamentos: essa forma de lúpus é descrita com o aparecimento de sintomas semelhantes ao do lúpus eritematoso sistêmico, como dor nas articulações, dor muscular e febre, e está relacionada à exposição a medicações. Na grande maioria dos casos, a melhora ocorre com a suspensão da medicação associada ao desencadeamento do quadro. Além disso, o lúpus induzido por drogas raramente afeta os principais órgãos do corpo;
  • Lúpus neonatal: esse tipo de lúpus é bastante raro e afeta filhos recém-nascidos de algumas mulheres que têm lúpus. Essa forma é muito relacionada com a presença de um anticorpo específico (anti-SSA/Ro) no sangue da mãe. Mas isso não significa que a criança nascerá com a doença – a maioria dos bebês de mães com lúpus é saudável.

Quais são as causas do lúpus?

As causas do lúpus não são totalmente conhecidas, por se tratar de uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca os tecidos saudáveis do corpo.

No entanto, acredita-se que a doença tenha relação com uma série de fatores. Dentre eles, destacam-se:

  • Hormonais;
  • Infecciosos;
  • Genéticos;
  • Ambientais.

Também é importante considerar os fatores de risco que predispõem um indivíduo a desenvolver lúpus, como:

  • Gênero: o lúpus é mais comum em mulheres do que em homens, mas pode se manifestar em ambos os sexos;
  • Idade: de maneira geral, o lúpus é diagnosticado entre os 15 e os 40 anos, mas pode surgir em qualquer faixa etária;
  • Etnia: o lúpus é mais comum em pessoas de origem afro-americana, hispânica e asiática. Além disso, sua incidência é de três a quatro vezes maior em mulheres negras do que em mulheres brancas.

Quais são os sintomas do lúpus?

Os sintomas do lúpus variam conforme a parte do corpo afetada pela doença e podem ter algumas peculiaridades, como surgir de repente ou se desenvolver lentamente, ser moderados ou graves, temporários ou permanentes.

Em geral, os principais sintomas incluem:

  • Fadiga;
  • Febre;
  • Dor nas articulações;
  • Rigidez muscular e inchaços;
  • Rash cutâneo – vermelhidão na face, principalmente nas bochechas e na ponta do nariz;
  • Lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol;
  • Dificuldade para respirar ou dor no peito;
  • Sensibilidade à luz solar;
  • Dor de cabeça;
  • Confusão mental e perda de memória;
  • Linfonodos aumentados;
  • Queda de cabelo;
  • Feridas na boca;
  • Sensação de desconforto geral.

Grande parte dos pacientes apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises, nas quais os sintomas se agravam por um tempo e depois desaparecem (dizemos, nesse caso, que a doença entrou em remissão).

Como é realizado o diagnóstico dessa doença?

Nem sempre diagnosticar o lúpus é uma tarefa fácil, porque os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa e mudar com o passar do tempo. Além disso, não existe um exame específico que diagnostique o lúpus. Dessa forma, para identificar a doença, o médico pode solicitar uma série de exames que o ajudarão, inclusive, a descartar outras doenças.

Em geral, estes incluem:

  • Exame físico;
  • Exames de anticorpos, incluindo teste de anticorpos antinucleares;
  • Hemograma completo;
  • Exames de sangue para checar a função dos rins, do fígado, proteínas do sistema imune;
  • Ressonância magnética de articulações dolorosas;
  • Radiografia do tórax;
  • Biópsia renal se houver indícios de inflamação renal;
  • Exame de urina.

Como são realizados os tratamentos do lúpus?

O tratamento do lúpus visa o controle dos sintomas, o que proporciona ao paciente uma vida normal, ou seja, com o tratamento adequado, a pessoa pode manter sua rotina de trabalho, estudos e vida social.

Cada paciente é avaliado individualmente para níveis de intensidade e agressividade da doença. Pessoas que apresentam a forma leve podem ser tratadas com anti-inflamatórios não esteroides, medicamento antimalárico e corticoides de uso oral e tópico (para lesões na pele). Além disso, deve-se utilizar protetor solar diariamente para manter a pele protegida.

Nos casos mais graves de lúpus, são indicados outros medicamentos, como corticoides em alta dosagem ou medicamentos imunossupressores, que agem para diminuir a resposta do sistema imunológico do corpo.

É possível prevenir o lúpus?

Não é possível prevenir o lúpus, já que se trata de uma doença autoimune. No entanto, é recomendável que a pessoa tenha hábitos e estilo de vida saudáveis, o que ajuda a evitar diversas doenças. Portanto:

  • Tenha uma alimentação saudável;
  • Evite exposição excessiva ao sol;
  • Pratique atividades físicas regularmente;
  • Mantenha o estresse controlado;
  • Faça consultas de rotina com o seu médico e faça os exames solicitados.

Lúpus tem cura?

Não. O lúpus é uma doença sem cura, mas que tem tratamento. Toda doença autoimune pode ser tratada para que seus sintomas sejam controlados e para que não haja progressão. Isso contribui para que o paciente tenha uma vida normal convivendo com a doença.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Reumatologia

Ministério da Saúde

Dr. Marcelo Pavan

Centers for Disease Control and Prevention (CDC)

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