Distúrbio pode ser classificado de acordo com a maneira com que os nervos são afetados
Algoneurodistrofia, também chamada de síndrome da dor complexa loco regional, é um distúrbio neurológico caracterizado, principalmente, por dor intensa nas articulações. A síndrome ocorre quase sempre em áreas como pés, mãos, pernas e braços. A maioria dos casos é unilateral.
A dor característica da algoneurodistrofia pode ser descrita como uma dor forte nas articulações e no seu entorno, que pode ser contínua ou provocada, e surgir como resposta a estímulos leves que, anteriormente, não causariam esse tipo de reação. Entre outros sintomas, são comuns o inchaço e a alta sensibilidade a estímulos de temperatura e toque. Dormência, formigamento, sudorese, vermelhidão ou palidez intensas, fraqueza muscular e espasmos também podem estar presentes.
O processo de diagnóstico e tratamento do distúrbio passa pela identificação de qual dos tipos de algoneurodistrofia afeta o paciente. Os dois tipos de algoneurodistrofia são classificados de acordo com a forma com que as estruturas neurológicas são afetadas pela condição. Entenda mais no conteúdo a seguir:
Quais os tipos de algoneurodistrofia?
Como já mencionado, existem dois tipos de algoneurodistrofia. São eles:
Grupo I
Esse tipo de algoneurodistrofia é o mais comum entre os pacientes com o distúrbio, identificado em cerca de 90% dos diagnósticos. Ele surge a partir de lesões nas estruturas da articulação (tendões, ligamentos, ossos) que, ainda que causem o distúrbio neurológico, não afetam diretamente os nervos. Além disso, a algoneurodistrofia do grupo I pode não ter uma causa aparente.
Grupo II
Dos tipos de algoneurodistrofia, o grupo II é o menos comum, e ocorre quando as lesões ou doenças afetam diretamente algum nervo periférico. Por esse motivo, é também chamado de causalgia.
Quais são as causas de algoneurodistrofia?
Os dois tipos de algoneurodistrofia ocorrem quando há um impulso do sistema nervoso simpático que resulta em hiperestimulações que, em consequência, geram a resposta inflamatória que causa a dor quase sempre desproporcional ao estímulo inicial.
Apesar de muitos casos terem origem a partir de momentos como lesões, fraturas, cirurgias e outras situações específicas, não é possível determinar, com exatidão, os mecanismos que levam, especificamente, ao desenvolvimento de ambos os tipos de algoneurodistrofia.
No entanto, são conhecidos alguns fatores que podem ser considerados de risco para a doença. São eles:
- Alterações metabólicas;
- Problemas vasculares;
- Doenças como diabetes e hipertireoidismo;
- Uso de alguns tipos de medicamentos;
- Alterações genéticas.
Opções de tratamento
A definição específica do tratamento depende do tipo de algoneurodistrofia identificado no paciente e de outros fatores individuais que devem ser avaliados pelo médico. No entanto, de modo geral, os principais métodos terapêuticos abordados se apoiam na multidisciplinaridade, sendo eles:
- Uso de medicamentos, como analgésicos, corticosteroides e alguns tipos de antidepressivos e anticonvulsionantes;
- Eletroestimulação da medula espinhal (neuromodulação);
- Fisioterapia com o objetivo de aliviar a dor e recuperar a mobilidade da articulação afetada;
- Psicoterapia para auxiliar o paciente a lidar, emocionalmente, com o processo de tratamento.
É difícil prever com exatidão o tempo de duração do tratamento, seja qual for o tipo de algoneurodistrofia diagnosticado. Isso ocorre porque a doença afeta cada paciente de uma forma, o que implica também na individualidade do tratamento.
Qual profissional procurar para o tratamento de algoneurodistrofia?
Por conta da forma com que a doença se estabelece e os sintomas se manifestam, o especialista mais recomendado para tratar ambos os tipos de algoneurodistrofia é o médico reumatologista. Profissionais dessa especialidade são preparados para identificar e acompanhar o tratamento de condições que afetam os tecidos conjuntivos e o sistema musculoesquelético.
O Dr. Marcelo Pavan é reumatologista especializado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo e tem amplo conhecimento e experiência no diagnóstico e tratamento de distúrbios como os tipos de algoneurodistrofia.
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Fontes:
